um blogue à deriva

25/12/10


3 comentários:

  1. lembra-me um poema de Jorge de Sena:

    Natal de quê? De quem?
    Daqueles que o não têm?
    Dos que não são cristãos?
    Ou de quem traz às costas
    As cinzas de milhões?
    Natal de paz agora
    Nesta terra de sangue?
    Natal de liberdade
    Num mundo de oprimidos?
    Natal de uma justiça
    Roubada sempre a todos?
    Natal de ser-se igual
    Em ser-se concebido,
    Em de um ventre nascer-se,
    Em por de amor sofrer-se,
    Em de morte morrer-se,
    E de ser-se esquecido?
    Natal de caridade,
    Quando a fome ainda mata?
    Natal de qual esperança
    Num mundo todo bombas?
    Natal de honesta fé,
    Com gente que é traição,
    Vil ódio, mesquinhez,
    E até Natal de amor?
    Natal de quê? De quem?
    Daqueles que o não têm?
    Ou dos que olhando ao longe
    Sonham de humana vida
    Um mundo que não há?
    Ou dos que se torturam
    E torturados são
    Na crença de que os homens
    Devem estender-se a mão?

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  2. Rxcelente conjunto!
    Parabéns aos dois!

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