um blogue à deriva

18/09/12

O silêncio

(Self Portrait in the Garden) 












































A primavera mostra-se deserta.
A valeta, de um escuro aveludado,
rasteja ao meu lado
sem reflexos.

A única coisa que brilha
é o amarelo de flores.

Sou levado na minha sombra
como um violino
no seu estojo negro.

O que quero dizer
tremeluz fora do meu alcance
como prata
em montra de casa de penhores.

 50 Poemas, Relógio d'Água, 2012

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